Câncer de Pâncreas: 17 Sintomas, Sinais de Alerta e o Que Fazer

O câncer de pâncreas é uma doença silenciosa e de progressão lenta, que costuma apresentar poucos sintomas nas fases iniciais. Quando se manifesta, pode causar alterações como icterícia (pele e olhos amarelados), fezes esbranquiçadas, urina escura, perda de peso e dor abdominal. Por isso, o diagnóstico muitas vezes ocorre em estágios mais avançados, dificultando o tratamento precoce.

A seguir, listamos os principais sinais e sintomas que podem indicar a presença do câncer pancreático, além das medidas a serem tomadas diante de qualquer suspeita.


Principais Sintomas do Câncer de Pâncreas

1. Pele e olhos amarelados (icterícia)

A icterícia ocorre quando o tumor cresce na cabeça do pâncreas, comprimindo os canais biliares e impedindo a liberação da bile nos intestinos. Isso provoca o acúmulo de bilirrubina no sangue, um pigmento que deixa a pele e os olhos amarelados. A icterícia também pode surgir quando o câncer se espalha para o fígado ou bloqueia os ductos biliares em outras regiões do pâncreas.

2. Urina escura

A coloração escura da urina é outro sinal relacionado ao acúmulo de bilirrubina. Como parte dessa substância é eliminada pela urina, sua concentração aumenta quando há obstrução biliar.

3. Fezes esbranquiçadas

Quando a bile não chega aos intestinos, as fezes perdem sua coloração habitual, tornando-se mais claras ou acinzentadas. Isso ocorre pela ausência de bilirrubina, responsável por dar a coloração marrom às fezes.

4. Coceira generalizada na pele

O excesso de bilirrubina circulante também pode provocar coceira em várias partes do corpo, especialmente quando essa substância se acumula na pele.

5. Dor abdominal e nas costas

A dor pode ser persistente e localizada na parte superior do abdome ou nas costas. Ela ocorre devido ao crescimento do tumor e à compressão de estruturas próximas, como nervos e órgãos vizinhos.

6. Má digestão

Com os ductos biliares obstruídos, a bile não é liberada adequadamente para auxiliar na digestão de gorduras. Isso resulta em sensação de peso no estômago, gases e desconforto digestivo, especialmente após refeições gordurosas.

7. Falta de apetite e perda de peso

É comum que a pessoa com câncer de pâncreas perca o apetite, levando à perda de peso rápida e involuntária. Essa alteração está relacionada tanto à má digestão quanto às mudanças metabólicas causadas pelo tumor.

8. Náuseas e vômitos

O tumor pode comprimir o estômago ou bloquear o intestino delgado, dificultando a passagem dos alimentos. Isso leva à sensação de náusea, vômitos e, consequentemente, maior perda de apetite.

9. Coágulos sanguíneos

O câncer pancreático pode aumentar o risco de formação de coágulos no sangue. Em alguns casos, isso se manifesta como trombose venosa profunda nas pernas. Também há risco de embolia pulmonar, caso esses coágulos se desloquem até os pulmões.

10. Diabetes de início recente

O pâncreas é responsável pela produção de insulina. Quando o câncer afeta essa função, o organismo pode desenvolver diabetes de forma súbita, especialmente em pessoas que não têm histórico da doença. Níveis elevados de glicose, sede constante e urina frequente são sinais a observar.

11. Aumento da vesícula biliar

A obstrução dos ductos biliares pode provocar acúmulo de bile na vesícula, fazendo com que ela aumente de tamanho. Em alguns casos, esse aumento pode ser percebido pelo médico durante o exame físico.

12. Crescimento do fígado

Se o câncer se espalha para o fígado, esse órgão pode aumentar de tamanho, uma condição chamada hepatomegalia. Esse crescimento pode gerar desconforto abdominal e é detectável por exame físico ou imagem.

13. Alterações intestinais

Mudanças no funcionamento do intestino, como episódios de diarreia ou prisão de ventre frequentes, podem ocorrer como resultado do câncer ou do impacto dele sobre o sistema digestivo.

14. Febre e calafrios

Em alguns casos, o tumor pode provocar inflamações ou infecções que resultam em febre, calafrios e mal-estar generalizado, especialmente em fases mais avançadas.

15. Cansaço extremo

O câncer pode causar fadiga intensa, mesmo em repouso. A falta de energia é resultado tanto da doença em si quanto da dificuldade do organismo em absorver nutrientes.

16. Inchaço abdominal

Além da má digestão e do aumento de gases, o câncer em fase avançada pode provocar acúmulo de líquido na cavidade abdominal, condição chamada de ascite. O inchaço é perceptível e pode vir acompanhado de desconforto ou dor.

17. Sangramentos gastrointestinais

O tumor pode causar lesões ou metástases no estômago ou intestinos, provocando sangramentos. Os sinais incluem vômitos com sangue ou fezes escuras e com odor muito forte.


Sintomas nas Fases Iniciais

Nas fases iniciais, o câncer de pâncreas costuma ser silencioso. Quando ocorrem, os sintomas são leves e facilmente confundidos com problemas digestivos comuns, como má digestão, gases, prisão de ventre ou até estresse. Isso contribui para que o diagnóstico ocorra em estágios mais avançados, muitas vezes com o câncer já fora do pâncreas ou com metástases.


Sintomas na Fase Terminal

Na fase terminal, os sintomas se tornam mais intensos. É comum haver dor constante, fraqueza generalizada, inchaço abdominal ou nas pernas, perda de apetite severa e redução da interação social. Também podem ocorrer dificuldades para controlar urina e fezes, além de alterações na respiração.

Nessa etapa, os cuidados paliativos são fundamentais para proporcionar conforto, controlar a dor e preservar a qualidade de vida.


O Que Fazer Diante de Suspeitas

Ao notar qualquer um dos sintomas mencionados — especialmente quando persistem ou se manifestam em conjunto — é fundamental procurar um médico, preferencialmente um gastroenterologista ou clínico geral. Os exames iniciais podem incluir:

  • Ultrassonografia abdominal
  • Tomografia computadorizada
  • Dosagem de bilirrubina no sangue
  • Ressonância magnética ou colangiopancreatografia

Se o câncer for confirmado, o paciente será encaminhado ao oncologista, que definirá a abordagem terapêutica — cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou cuidados paliativos, dependendo da fase da doença.

Além disso, sintomas como dor forte na perna, falta de ar repentina ou tosse com sangue podem indicar trombose venosa profunda ou embolia pulmonar. Nesses casos, a ida ao pronto-socorro deve ser imediata.

Fatores de Risco para o Câncer de Pâncreas

Embora qualquer pessoa possa desenvolver câncer de pâncreas, alguns fatores aumentam significativamente esse risco. Conhecê-los é fundamental para prevenção e vigilância em saúde:

1. Idade avançada

A maioria dos casos ocorre em pessoas com mais de 60 anos, sendo mais comum após os 70 anos.

2. Tabagismo

O cigarro é um dos principais fatores de risco para o câncer de pâncreas, aumentando até 2 a 3 vezes a chance de desenvolver a doença.

3. Obesidade e sedentarismo

Pessoas com sobrepeso ou obesidade, especialmente com acúmulo de gordura abdominal, têm maior risco. A inatividade física também é um fator agravante.

4. Dieta rica em gordura e carnes processadas

Alimentos ultraprocessados, embutidos, frituras e dietas pobres em fibras podem favorecer inflamações crônicas no organismo, elevando o risco de câncer.

5. Diabetes tipo 2

Embora o câncer de pâncreas possa causar diabetes, o oposto também é verdadeiro: pessoas com diabetes tipo 2 de longa duração têm risco aumentado para a doença.

6. Histórico familiar

Ter parentes de primeiro grau (pais ou irmãos) com câncer pancreático aumenta a chance de desenvolver a doença, especialmente se houver síndromes genéticas associadas.

7. Pancreatite crônica

A inflamação prolongada do pâncreas pode causar alterações celulares que, ao longo do tempo, favorecem o aparecimento de tumores malignos.

8. Consumo excessivo de álcool

O abuso de bebidas alcoólicas pode levar à pancreatite crônica e, indiretamente, ao desenvolvimento de câncer.


Como Prevenir o Câncer de Pâncreas

Embora não exista uma fórmula única para prevenir o câncer de pâncreas, algumas atitudes podem reduzir significativamente o risco de desenvolvimento da doença:

  • Parar de fumar: abandonar o cigarro é uma das medidas mais eficazes.
  • Manter o peso saudável: adotar uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas regularmente ajuda a reduzir o risco.
  • Evitar o consumo de álcool em excesso: o uso moderado ou a abstinência ajuda a proteger o pâncreas.
  • Controlar o diabetes: manter os níveis de glicose sob controle reduz o impacto metabólico sobre o órgão.
  • Alimentação rica em fibras e antioxidantes: frutas, legumes, vegetais, grãos integrais e azeite de oliva contribuem para a proteção contra diversos tipos de câncer, incluindo o pancreático.

Além disso, pessoas com histórico familiar devem discutir com o médico a possibilidade de realizar exames de rastreamento ou avaliações genéticas específicas.


Tratamentos para o Câncer de Pâncreas

O tratamento do câncer de pâncreas varia conforme o estágio da doença, o tipo de tumor e as condições de saúde da pessoa. Em geral, combina mais de uma abordagem terapêutica:

1. Cirurgia

A cirurgia é o principal método curativo e indicada quando o tumor está restrito ao pâncreas. O procedimento mais comum é a duodenopancreatectomia, também conhecida como cirurgia de Whipple, em que parte do pâncreas, duodeno, vesícula biliar e, às vezes, parte do estômago são removidos.

2. Quimioterapia

Pode ser usada antes da cirurgia para reduzir o tumor (quimioterapia neoadjuvante) ou após (quimioterapia adjuvante), para eliminar células cancerígenas remanescentes. Em casos avançados, é usada para controlar a doença e aliviar sintomas.

3. Radioterapia

Utilizada principalmente para controle local da doença, a radioterapia pode ser associada à quimioterapia. Também pode ser usada como tratamento paliativo para reduzir dor e complicações em estágios avançados.

4. Terapias-alvo e imunoterapia

Embora ainda em fase de estudos ou uso limitado, algumas terapias específicas vêm sendo utilizadas para tratar mutações genéticas presentes em determinados tipos de câncer de pâncreas. A imunoterapia também está sendo investigada como opção para pacientes com alterações moleculares específicas.

5. Cuidados paliativos

Quando o câncer está em estágio avançado e não é mais possível a cura, os cuidados paliativos são fundamentais. Eles visam aliviar a dor, o desconforto e melhorar a qualidade de vida, incluindo suporte psicológico e emocional para o paciente e familiares.


Considerações Finais

O câncer de pâncreas é uma doença de difícil detecção precoce e com alto grau de letalidade quando diagnosticado tardiamente. Por isso, é essencial prestar atenção aos sintomas mais discretos, especialmente em pessoas com fatores de risco conhecidos.

A detecção precoce, embora desafiadora, pode ser feita com acompanhamento médico adequado e exames de imagem quando necessário. Mudanças no estilo de vida também têm um papel fundamental na prevenção da doença, reforçando a importância de hábitos saudáveis.

Se você identificou qualquer sintoma persistente mencionado neste artigo — como icterícia, dor abdominal, perda de peso sem explicação ou alterações digestivas — procure um médico o quanto antes. A saúde deve ser sempre prioridade.

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